sexta-feira, 3 de maio de 2019

Novo prefeito de Belford Roxo Marcinho Bombeiro promete não dar voz ao Ex prefeito

Marcinho Bombeiro, que assume hoje, anuncia acerto com servidores e corte de secretarias

Novo prefeito garante que as prioridades de sua gestão à frente do Executivo são a Saúde e Educação
Três dias após o afastamento judicial do prefeito de Belford Roxo, Waguinho (MDB), o presidente da Câmara Municipal, Marcinho Bombeiro (PSL), assume hoje a cidade. Em entrevista a O DIA, o sucessor prometeu regularizar dívidas com os servidores que se arrastam desde 2016, mas o acerto deve ficar "mais pro futuro". Aliado político de Waguinho — este é acusado de chefiar uma quadrilha que teria desviado R$ 14 milhões dos cofres públicos —, Bombeiro garantiu que o emedebista não terá voz em seu governo, contradizendo áudio atribuído ao próprio vereador no ano passado.
Servidores dizem que a categoria mais afetada pela dívida é a da Saúde, com cinco pagamentos de 2016 em aberto. Há outras com quatro salários acumulados. Waguinho alegava que não era responsável por débito deixado pelo ex-prefeito Denis Dauttmam (PCdoB). "Eu tenho que primeiro ver qual impacto terá na folha. Isso aí não vai ter problema [...] Se é um direito deles, nós vamos pagar. Pode ter certeza", afirmou Bombeiro, que cogita parcelar os atrasados, mas ainda não tem prazos.
O substituto buscará orientações junto ao Ministério Público para definir quais ações são prioritárias. "O pagamento do servidor é importante? Lógico. O atrasado, eu acho que é uma coisa que a gente vai ver mais pro futuro. Hoje, a prioridade é o quê? A Saúde não pode parar, a Educação não pode parar, o asfalto nas ruas não pode parar", acrescentou.
Servidores efetivos denunciam ainda que Waguinho tirou diversos direitos em 2017, como adicional noturno, periculosidade, insalubridade e vale-transporte. E que não têm acesso a contracheques há nove meses. Bombeiro se comprometeu em verificar as denúncias.
Reduzir secretarias — que chegaram a 39 na gestão de Waguinho e hoje são 23 — e cargos comissionados — que ultrapassam 3,8 mil — são outras metas. Bombeiro não definiu quais pastas serão descontinuadas ou aglutinadas.
Quando o TRE cassou os diplomas de Waguinho e seu vice, Márcio Canella (MDB), em março de 2018, por caixa 2, vazou um áudio atribuído a Bombeiro. Nele, o então presidente da Câmara teria dito: "Se o prefeito cair, quem assume é o Marcinho Bombeiro. Aí pode ficar tranquilo que continua a mesma coisa. Só vai trocar o nome. Mas quem vai assinar é o prefeito". Bombeiro diz que não procede. O vereador Cristiano Santos (PTB), criticado no áudio, garante que a voz é do rival. "Vamos mostrar que o Marcio Cardoso Pagniez (Bombeiro) é uma pessoa e o Wagner dos Santos Carneiro (Waguinho) é outra", ressaltou, ontem, o sucessor.
Bombeiro vai consultar o MP para definir quais contratos serão suspensos, já que o órgão apontou fraudes. Em fevereiro, como publicou o Informe do Dia, ele foi denunciado pelo MP por poluir o Rio Botas com resíduos sólidos e intimidar fiscais do Inea com arma. O prefeito nega. Novos secretários devem tomar posse na próxima semana. Nelci Praça (PTB) assume a Câmara. O vice-prefeito, Canella, é deputado estadual e está proibido de frequentar a prefeitura porque é investigado no grupo de Waguinho.

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