quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Municípios da Baixada Fluminense perdem pontuação no Índice de Desenvolvimento


BELFORD ROXO - Apesar do resultado geral do Brasil ter sido positivo no ranking do Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013 elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), para algumas regiões do país a pesquisa mostrou uma segunda realidade, antiga conhecida da população. Na Baixada Fluminense, não é exagero dizer que todas as cidades sofreram quedas em relação aos dados divulgados em 2000. O município de Japeri foi o que apresentou maior diferença – no levantamento publicado há treze anos, o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) era de 0,724, este ano foi 0,659. O índice leva em conta os quesitos vida longa e saudável (longevidade), padrão de vida (renda) e acesso ao conhecimento (educação). Em termos mundiais, o Brasil ocupa a 85ª posição e mudou de "muito baixo" (0,493), em 1991 para "alto desenvolvimento humano" (0,727), em 2010. Há treze anos, o IDHM geral do Brasil era 0,612, considerado "médio".
Segundo os dados publicados, o município com IDHM mais elevado é São Caetano, em São Paulo. No Rio, das 92 cidades, a melhor colocada no ranking é Niterói, com 0,837. O município é também o único do estado que figura entre os 50 melhores do país. 
Baixada
Das 13 cidades da Baixada, a que está em melhor colocação é Nilópolis, com IDHM de 0,753, ocupando o 488º lugar no país. Na região, apesar de somente Belford Roxo, Guapimirim, Japeri e Queimados possuírem índices médio de desenvolvimento humano - as nove cidades restantes estão classificadas como alto desenvolvimento humano -, todas, sem exceção sofreram perdas percentuais desde a última publicação.
Nova Iguaçu, por exemplo, está na 1514 ª posição no país. Com IDHM de 0,713, o município que deu origem a maior parte das outras cidades da região, teve como ponto forte o quesito longevidade, mas deixou a desejar nos tópicos renda e educação. Em 2000, o IDHM registrado foi de 0,762.
São João de Meriti que possuía IDHM de 0,774, agora está em 0,719, na 1331ª posição e assim como em Nova Iguaçu se sobressaiu no quesito longevidade.
Para os moradores da região, a informação não é novidade. Com os esforços feitos nos últimos dez anos pelo poder público para ampliar o serviço de saneamento, a conquista de uma maior longevidade chegou como consequência para a população. Mas quando o assunto é educação e emprego, os investimentos não ficam tão evidentes assim. “Falta tudo na Baixada. Parece que a região só serve pra receber lixo das outras cidades. Nem água temos por aqui. A água captada do Guandu vai toda pro Rio. Somos esquecidos durante anos e só lembrados em época de eleição. Saber que a saúde, a educação e a geração empregos vão de mal a pior não é novidade nenhuma por aqui”, disse uma estudante que preferiu não se identificar.
A opinião é compartilhada por outras pessoas. A aposentada Conceição da Silva, de 73 anos, perdeu as esperanças. “Moro na Baixada há mais de 50 anos e apesar de ter acompanhado a chegada do desenvolvimento da região, não vejo um futuro se os governantes não acordarem e tomarem providências imediatas. Cada dia mais gente se muda pra cá, mas os serviços parecem não acompanhar esse crescimento”, concluiu.


Fonte:ZM Notícias
Foto: Ilustração


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