quinta-feira, 19 de junho de 2014

Batalhão do Leblon tem quatro vezes mais PMs por habitante que o de Belford Roxo; veja o ranking completo

BELFORD ROXO - Considerando a média de PMs por habitante em cada região, a distribuição entre os batalhões do estado coloca quatro vezes mais homens no Leblon do que em Belford Roxo. E a cidade não é a única da Baixada Fluminense a sair perdendo nesta conta: na lista de Áreas Integradas de Segurança Públicas (Aisps) com menos policiais, aparecem ainda os batalhões de Mesquita — responsável também por Nilópolis e Nova Iguaçu — e Duque de Caxias, além de três unidades da Zona Oeste: Campo Grande, Bangu e Santa Cruz. Os cálculos foram feitos com base num relatório do Estado Maior da própria corporação.

Na comparação com a Zona Sul, a disparidade também fica explícita. Enquanto a região mais rica da cidade tem 511 habitantes por policial militar, na Zona Oeste há 1.244, e, na Baixada, 1.355 (números 143% e 164% maiores, respectivamente). A conta não inclui os moradores ou o efetivo de comunidades com UPPs.

— Normalmente, trabalha-se com uma média de 500 ou 600 habitantes por policial em países com perfil semelhante ao do Brasil, mas isso é fruto de muitos fatores. Não existe um padrão internacional, pois depende do volume da criminalidade — explica o sociólogo Michel Misse, professor da UFRJ, antes de acrescentar: — Em geral, é nas áreas mais ricas que há mais criminalidade de rua, onde tem mais ladrão. Isso faz com que a tendência seja colocar mais policiais ali, ou onde há mais turistas, por exemplo.

Recentemente, o EXTRA mostrou que os roubos aumentaram drasticamente no estado até abril. O 20º BPM (Mesquita), dono da segunda pior relação de morador por policial, aparece entre as três áreas com maior incidência desse tipo de crime. Já o batalhão de Campo Grande, onde também há menos PMs, foi o único da Região Metropolitana a atingir as metas de redução de criminalidade no segundo semestre de 2013. No bairro, grupos milicianos disputam espaço e exploram atividades ilegais.

O mesmo relatório aponta que, enquanto falta patrulhamento nas ruas, existem mais de mil PMs em funções administrativas no comando intermediário da corporação — apenas o 8º BPM (Campos) tem mais homens, com 1.071. Já na Diretoria Geral de Pessoal — conhecida entre os policiais como “geladeira” por receber aqueles que, por algum motivo, são transferidos de postos anteriores — estão lotados 2.700 homens.

O cenário se repete quando o assunto são as UPPs. No setor administrativo da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, batem ponto 318 PMs. Somente três das 38 UPPs têm efetivo maior: Nova Brasília (332), Jacarezinho (525) e Rocinha (654).



Veja, abaixo, a nota da Polícia Militar sobre o assunto:

“A Polícia Militar cumpre a previsão regulamentar de destinar até 15% do efetivo para funções administrativas. Vale ressaltar que grande parte do efetivo que compõe o serviço administrativo está impossibilitado por motivos de sáude de desenvolver a atividade fim, o serviço nas ruas.

A PM tem estudos que revelam a necessidade de repor efetivo em diversas áreas como Zona Oeste, Baixada Fluminense e Niterói/São Gonçalo. Esta reposição já vem sendo feita desde dezembro, inclusive com as inaugurações de Companhias Destacadas.

O concurso aberto para seis mil vagas tem como prioridade complementar o efetivo nestas áreas para redução dos índices de criminalidade, conforme determinação do governador Luiz Fernando Pezão.”

Fonte: Jornal Extra




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